Nasceu César Augusto de Faria Videira em Castelo de Vide a 29 de Junho de 1848, na casa da família na Carreira de Baixo, filho de João Pedro Afonso Videira Júnior, Capitão da 4.ª Companhia de Ordenanças, natural também desta vila, e de Maria José de Faria de Almeida Freixedas Afonso, de Elvas, neto paterno do Desembargador da Casa do Porto, cavaleiro professo na Ordem de Cristo, João Pedro Afonso Videira e de Maria Genoveva Cândida de Sequeira, e materno de António de Almeida Freixedas e de Clara Juliana de Faria.

Formou-se bacharel em Direito na Universidade de Coimbra em 1874. Em 1875 é nomeado Inspector das Escolas no Distrito de Portalegre. Desempenhou depois os cargos de Administrador do Concelho nesta cidade, de Oficial Maior do Governo Civil e de Procurador à Junta Geral pelo Concelho de Nisa. Por Despacho de 28 de Maio de 1879 é nomeado Secretário-Geral do Governo Civil de Ponta Delgada, a que concorrera simultaneamente para igual cargo do Governo Civil de Évora. Resolveu não aceitar, optando por continuar como 1.º Oficial, em Portalegre. Foi transferido mais tarde para Vila Real, proposta que decidiu declinar. Exerceu alguns cargos e funções em instituições de Castelo de Vide, entre as quais as de Presidente da Câmara Municipal em 1886.

Na última fase da vida, um pouco afastado do convívio social, e menos disponível para o exercício de cargos políticos ou de administração de instituições locais, passou a dedicar-se quase exclusivamente à agricultura nas suas propriedades, vivendo no campo, onde escreveu a importante monografia, a "Memória Histórica da Muito Notável Vila de Castelo de Vide".

Autor dessa extensa obra, que concluiu em 1906 e publicou em 1908, escreveu ainda, além de alguns artigos na imprensa:

"Manifestação que aos seus Conterrâneos e Amigos dirige César Augusto de Faria Videira, Bacharel em Direito" - Coimbra 1873; e "Relatório da Sindicância às Administrações Cessantes da Misericórdia de Castelo de Vide, (1888 a 1910)" - Lisboa 1911.

César Augusto de Faria Videira faleceu, no estado de solteiro, na sua casa, em Castelo de Vide, a 17 de Janeiro de 1917, ficando sepultado no cemitério desta Vila.

Deixou dois filhos: José Eduardo de Faria Videira, que foi casado com Elvira de Jesus Parente Videira (c.g.), e Maria José Freixedas de Faria Afonso Videira, casada com o Dr. José Godinho Neves (c.g.).

Diogo Salema Cordeiro